O perverso imperador Adriano desafiou Rabi Yehoshua ben Chananyá, dizendo: “Sou maior que seu mestre Moshê.”
“Como?” indagou Rabi Yehoshua.
“Muito simples,” retrucou Adriano. “Estou vivo, e ele morto. Seus livros não dizem: ‘É melhor um cão vivo que um leão morto’?”
Rabi Chananyá disse: “Professarei a verdade de suas palavras se puder
cumprir uma condição. Decrete como lei transitória vigente apenas uma
vez, que seus súditos não acendam fogo por três dias consecutivos!”
“Nada mais fácil!” consentiu Adriano, promulgando uma ordem para que
tal lei tivesse efeito. Ao entardecer, ambos ficaram no terraço do
telhado de Adriano.
Rabi Yehoshua olhou para as casas da cidade e percebeu fumaça saindo
de uma delas, a distância. “Você não proibiu que acendam fogo?”
perguntou ao imperador.
Enviaram um mensageiro àquela casa. Este retornou relatando que ali
vivia um nobre, e que seu médico ordenara que ingerisse bebidas quentes
para curar sua gripe. Acendera o fogo com essa finalidade.
“Está vendo,” mostrou Rabi Yehoshua ben Chananyá a Adriano, “seus
súditos não acatam suas ordens mesmo enquanto está vivo. Este homem
poderia facilmente esperar mais um dia para acender o fogo. Nosso
mestre, Moshê, advertiu-nos há dois mil anos: ‘Não acendam fogo em
Shabat!’ Até hoje, não se acende fogo algum em nenhuma casa judaica em
Shabat!”